Redação crônica
"Feminismo
s.m.
Doutrina cujos preceitos indicam e defendem a igualdade de direitos entre
mulheres e homens.
Movimento
que combate a desigualdade de direitos entre mulheres e homens.
P.ext.
Ideologia que defende a igualdade, em todos os aspectos (social, político,
econômico), entre homens e mulheres.
Classe
gramatical: substantivo masculino
Separação
das sílabas: fe-mi-nis-mo
Plural: feminismos"
Todo
ano, para a mulher fora do padrão, jornais e revistas são jogados em sua porta.
A notícia é sempre a mesma. Mulheres de todas as idades, despidas e pintadas,
gritando contra homens armados e uniformizados. Pobre mulher, ela parecia a
única ali a achar uma parte daquela luta errada.
Ela recolhe o jornal, entra em sua casa, toma
seu café e vai trabalhar. Milhares de passos a sua volta, pesados, criticando o
mesmo assunto do jornal. No começo, ela também questionava. Deveria ela estar
trabalhando ali? Talvez algum homem exercesse melhor sua profissão. Eles, com
sua inércia, crueldade e frieza, foram colocados acima delas. Eram mais fortes,
corajosos, enquanto ela é rotulada por apoiar movimentos onde homens e mulheres
são um só. Mas não, onde já se viu? São duas espécies totalmente diferentes,
com progressos e medos diferentes.
Então, depois de mais um dia cansativo de
trabalho, ela voltou para casa,ligou a tevê. Quantas mulheres no jornal trabalhavam
sem maquiagem? Quantos comerciais sobre roupas, academia e produtos onde
prometem beleza eterna ela assistiu? A mulher fora do padrão, que não gasta
tempo, dinheiro ou energia com as palavras da mídia, colegas e machistas, desliga
a tevê e decide dormir. Claro, o que mais poderia fazer? Cada ano que passa
parecia pior. Não, não adiantaria lutar por isso, ela vive em um país onde a
educação não é valorizada. Sim, os homens também! A mulher fora do padrão sabe
bem disso. Quantos homens já foram vistos por ela, totalmente desprezados? Talvez
por serem magros demais, gordos ou simplesmente eles mesmos. Mas ela parece ser
a única que se importa. As mulheres que dizem ser como ela, são aquelas do
jornal, aquelas que gritam contra os homens -culpados são os homens armados
treinados para nos proteger?-, tentam o agredir e o xingar.
Quem diria que a mulher hoje em dia tem
orgulho de se identificar como feminista? Ela pensava assim, a mulher fora do
padrão, os dois ou três quilos a mais, sua mínima altura e cabelo encaracolado -quem
decide que tipo de cabelo ela deve ter?-. Sim, ela já está cansada, é difícil
mudar a mente de alguém ignorante, mas ela nunca desistiu, por jornal, revista
ou homem algum.
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